sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Nos sobran los motivos.....

Este adiós no maquilla un hasta luego,
este nunca no esconde un ojalá,
esta ceniza no juega con fuego,
este es ciego, no mira para atrás,
esto notario firma lo que escribe,
esta letra no la protestare,
ahórrate el acuse de recibo estas vísperas,
son las de después,
a este ruido tan huérfano de padre,
no voy a permitirle que taladre,
un corazón, podrido de latir,
este pez ya no muere por tu boca,
este loco se va con otra loca,
Estos ojos no lloran mas por ti...........(Joaquin Sabina)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Reflexos

Dizem que as sociedades conteporâneas são reflexivas. Que ao contrário de tempos anteriores possuem a capacidade de se pensarem a si próprias. Mas teremos nós realmente essa capacidade de pensar e reflectir sobre tudo o que nos rodeia? Estamos finalmente preparados para compreender a complexa mudança que sofremos quotidianamente?
A esmagadora maioria das pessoas vive a anos luz da vida com que sonhou, longe das aspirações e das expectativas que durante anos viu nascer, crescer e alimentou como projecto de vida, e sofre com isso. A realidade constitui-se na maioria dos casos num paradoxo de opostos afastados, entre o que somos e o que sonhámos ser, entre a vida que temos e a que projectámos no nosso mais intimo recanto sem que no final nos demos conta que mudamos todos os dias um pouco.....

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Hechizo

No es la primera vez que me encuentro tan cerca
de conocer la locura,
y ahora por fin, ya sé que es no poder controlar
ni siquiera tus brazos.
Y sientes que están completamente agotados
y no entiendes porqué.

Antes o después, debería intentarlo,
someterme a su hechizo, olvidando mentir
en otro nivel, no querer recordar
ni siquiera el pasado.
Que sientes que está, completamente agotado
y no entiendes porqué.

Vámonos de esta habitación
al espacio exterior.
Se nublan los ojos
todo de un mismo color
mientras todo da igual,
mientras toda da igual...

Ganar o perder, sé que nunca me importa,
lo que embruja es el riesgo y no dónde ir.
Y subes otro nivel, y no puedes llegar
ni siquiera a tocarlo.
Y sientes que estás, completamente agotado,
y no entiendes porqué.

Vámonos de esta habitación
al espacio exterior.
Se nublan los ojos
todo de un mismo color
y, mientras vámonos de esta habitación
al espacio exterior,
se nublan los ojos
todo de un mismo color
mientras todo da igual.

Y ahora vámonos de esta habitación
al espacio exterior.
Se nublan los ojos
todo de un mismo color
y, mientras, vámonos de esta habitación
al espacio exterior,
se nublan los ojos
todo de un mismo color
mientras todo da igual ...

Nueve, ocho, siete, seis, cinco, cuatro, tres, dos, uno...(Heroes)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Por tudo obrigado

Obrigado pelas tormentas e pelos vendavais, pela agitação e revolta mas também pelas tardes ao sol, pelo mar e pela brisa. Obrigado pelos segredos escondidos, pela magia e pela cor, pelos dias e pelas noites. Obrigado pelo tempo, pelas horas e minutos de dedicação, pela paciência e ternura, pelo empenho e entrega. Obrigado por tudo e por nada, pelas esperas e demoras, pelas certezas e hesitações. Obrigado pelos sorrisos, pelas lágrimas e pelos risos... Por tudo obrigado!!!! Obrigado por ti, por mim e pelos outros, pelo mundo e planetas, pelas estrelas à noite. Obrigado pelos passeios, pelas compras, pelos almoços e jantares. Obrigado pelo esforço, por acreditar, pelo valor e simplicidade. Obrigado pelas vitórias e derrotas,pelo desportivismo. Obrigado pelos poemas e pelas cartas, pelas piadas e anedotas.
Obrigado por existires, para mim e para ti e obrigado pelo nós......

Que um dia tenha a coragem sufuciente para me vergar sobre os joelhos e voltar atrás se descobrir que estou errado

segunda-feira, 24 de setembro de 2007



Gualdalquivir al entardecer......(Sevilla)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Sete Luas

Há noites que são feitas dos meus braços
e um silêncio comum às violetas
e há sete luas que são sete traços
de sete noites que nunca foram feitas

Há noites que levamos à cintura
como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
duma espada à bainha de um cometa.

Há noites que nos deixam para trás
enrolados no nosso desencanto
e cisnes brancos que só são iguais
à mais longínqua onda de seu canto.

Há noites que nos levam para onde
o fantasma de nós fica mais perto:
e é sempre a nossa voz que nos responde
e só o nosso nome estava certo.....................(Natália Correia)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A fogueira das vaidades

Longa a fogueira que nos ilumina as caras. Rostos sorridentes e olhos que brilham ao luar estravazando alegria em noites como esta. Em circulo,na areia à volta do lume selamos pactos de amizades que duram uma vida e partilhamos segredos que nos unem para sempre. Histórias e cumplicidades amarram-nos como fortes nós que tornam as nossas relações inseparáveis. O caminho, como nós quisermos, mostra-nos trilhos em que teremos de vergar mas vamos ser sempre assim, miúdos... A vida espera-nos e nasce em nós a ansia de crescer e ser adulto. Nesta nossa fogueira brincamos aos adultos e desfilamos vaidades, sonhos e projectos, medos, incertezas e expectativas de uma vida longinqua....No olhar levamos a incerteza de um futuro longe uns dos outros mas no coração a força da mudança.....
Para sempre, vamos recordar o cheiro desta praia....



Ao Algarve que nos abraçou e viu crescer.....

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

sexta-feira, 27 de julho de 2007

É a vida....

A Vida e a nossa passagem por este mundo é, como todos já descobrimos por esta altura, efémera. As circunstâncias do nosso caminho e do nosso destino são incertas e indefinidas e não nos mostram onde fica o fim ou como ele vai ser... Mas passo a passo lá vamos carregando mais uma etapa às costas. Cansados vamos vivendo todos os dias, todos os meses e todos os anos. Todos os minutos e todas as horas. Vivemos toda a nossa vida, até ao fim e até que se apague... Vivemos, é o que nos resta e tudo o que temos com a certeza que não vamos estar cá para sempre. É a vida a nossa cruz e a nossa felicidade, estarmos vivos.
É a vida o nosso sorriso e as nossas lágrimas, a alegria e a tristeza, é a saúde e a doença até que a morte nos separe. No fundo é com a vida que casamos.... com quem partilhamos os gostos e os desgostos, os amores e desamores e sonhos e as desilusões. É por ela que esperamos e desesperamos, que nos levantamos e nos deitamos todos os dias. Como diz o povo é a vida.....

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Vertigem

Desorientado saio de casa com a noite bem alta... Bate-me o coração acelerado e apresso-me ao descer as escadas na ânsia de te encontrar.... Sento-me e recosto-me no banco. O cheiro a cabedal dos estofos e o brilho ao volante...encho o peito de ar e sinto o coração nas pulsações dos braços. Sinto-me todo a tremer e o sangue sobe-me rapidamente dos zero aos cem aos sectores mais sensoriais do cérebro.... Por momentos passa-me pela cabeça: o primeiro chekpoint já está.....time is runing!!!
Lentamente desço a rua com o olhar cravado num ponto fixo do horizonte...Vejo a lua cheia no alto abstraído de tudo o que me afecta e ligo o rádio.... .. A minha musica. O mundo!!! Aos primeiros riffs da guitarra a metamorfose por completo.... endireito a cabeça no banco e digo para comigo: Que se lixe!!! Vais-me iluminar a pista!!!!
Os pneus choram ao largar a embraiagem e o meu corpo é empurrado para trás com o impacto desta vertigem mobilizada. Alucinado vivo um burburinho de adrenalina no estômago e aqui vou eu..... Os pensamentos na minha mente esfumam-se num só e inspiro o ritmo alucinante da musica....Mumbling goodmorning & raising head....... Tarde de mais……Abrando....Acelero...Abrando e volto a acelarar....Terceira...Quarta...-Quinta...........From the pale lips of a youth who lay I'm sleeping my day away..... Ao fundo só o amarelo que me ilumina os metros mais próximos e esta vertigem de comer o asfalto que me consome por dentro e ardo até à ultima réstia de sangue.....Sinto a estrada a entrar-me pelo buraco da alma e não consigo parar. Desfruto a catarse da velocidade e deixo-me levar.......And when the night comes to the city I say: I'm sleeping my day away..... A sensação de liberdade e poder que a máquina me dá faz-me entrar numa dimensão extra-corpórea onde me substituo ao carro e defino novas territorialidades moveis para mim. Num ponto estático o vermelho obriga-me a parar.....olho para a direita e desafio com a expressão esgaziada quem veio para passear sossegado. Com o acelerador e o som do motor mostro quem manda na estrada e no olhar transmito o desafio. Bora lá!!! O semáforo é agora o único ponto de partida e a cidade deixou à muito de o ser........ao verde os pneus de ambos chiam e nublamos o campo de visão à nossa retaguarda. Para trás deixámos o mundo. Duas faixas, duas máquinas, não há espaço para mais ninguém.......circundamos a cidade uma e outra vez até ao máximo de potencia que conseguimos e até a noite começar a morrer....o som continua de feição, fazemos as próprias bandas sonoras e este é o nosso grand prémio, voltamos uma e outra vez......I'm sleeping my day away I'm sleeping my day away.
A batida sobe o tom, o motor acompanha e inclino-me para o lado de brilho nos olhos. Ardo por dentro em chamas e solto os meus demónios com a fúria da minha própria velocidade e rapidez....liberto por fim o que de pior e pesado tenho e sinto-me já mais leve e tranquilo..A noite chega ao fim e a musica, fiel, acompanha-a: After dark is the game I play:
I'm sleeping my day away.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Swallowed in the sea





You cut me down a tree
and brought it back to me
and that’s what made me see where I was going wrong
You put me on a shelf
and kept me for yourself
I can only blame myself, you can only blame me
and I could write a song
a hundred miles long
Well that’s where I belong and you belong with me
and I could write it down or spread it all around
Get lost and then get found
or swallowed in the sea....
(Coldplay)

domingo, 24 de junho de 2007

Noite

Estreitas ruas que se estendem a perder de vista, mal conseguimos passar no meio de tanta gente. Os bares e tipicas tascas estão cheios e a harmonia de uma noite quente de inicio de verão transborda para fora dos recintos fechados. Toda a gente quer estar na rua deste local lindissimo. O som dos sorrisos mistura-se com o tilintar de copos meio cheios e servem de banda sonora a um cenário magnifico... Entre uma conversa e outra vamos buscar mais uma rodada, que não se nos seque a garganta, dizem, e há medida que os bares vão fechando procuramos novo poiso onde se possa beber mais um pouquinho ou simplesmente estar... Na proximidade do olhar desafias-me com conversas interessantes e procuras saber o que penso. Igualmente provocador, respondo-te com argumentos caros e vou buscar o melhor de mim. O teu sorriso cativa e segredo-te baixinho que a cidade nos acolhe e que há noites que nos marcam a vida....

terça-feira, 12 de junho de 2007

Pendular

Nasce o dia.... ao longe na encosta consigo ver o primeiro raiar do sol. A primeira hora do dia, o primeiro minuto...o primeiro rasgo de vida deste novo amanhecer. Lá em baixo levantam-se desordenados estes seres apressados e ensonados. Lavam a cara rapidamente como quem limpa a alma de um dia passado e morto. Rituais mecânicos e quase coreografados de tarefas banais repetidas uma e outra vez, numa marcha silenciosa de desalinho. Começou a azáfama... o bater de pernas correndo na rua para apanhar os transportes..tac tac tac tac. Os amontoados de gente aguardam agrupados em pequenos nichos de tecto como se buscassem entre si o calor que deixaram na cama.
Apertados entram nos metros, comboios e autocarros ultrapassando em muito a sua capacidade. Lá dentro amontoam-se e esgrimem-se agressivamente por um lugar sentado.
Outros, grupos de caminhantes corajosos invadem as estradas em grandes grupos quando reconhecem a autoridade do verde...outros, ainda que poucos, atiram-se violentamente para o meio fazendo chiar travões e parar carros à sua passagem.....Os cheiros da manhã são toscos e confusos, os fumos densos que enchem de névoa pequenos espaços de território. Desorientados por momentos, páram à espera que o nevoeiro dissipe e seguem novamente o trajecto do seus destinos....
No final, o filme repete....regressam, igualmente apressados em correrias mas mais leves. Com outro ar, mais pesado, mais denso e menos concentrados. O regresso é feito ainda assim mais lentamente.... Alguns dormem e descansam nos transportes que os levam de regresso ao lar......Chegam finalmente a suas portas onde pousam os pertences e termina o nosso campo de visão. O sol morre lá ao longe e dia também....

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Fartos

Entre os muito sites de internet que visito diariamente, hoje encontrei um que deveras justifica a sua existência: http://fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com/.
Trata-se de um blog de intervenção social, contra a precariade dos recibos verdes e tudo o que lhes é inerente no que toca a falta de condições e incerteza laboral. Como devem calcular este tópico diz-me muito e sinto-me na obrigação de o publicitar para que possa desta forma contribuir também um pouquinho para combater o problema. Não conto aqui a minha história mas contarei lá a seu tempo....Por isso a todos os que sintam que falo convosco......vão, contem as vossas histórias que eu também vou contar a minha.....nem que seja só para expor e denunciar a falta de condições a que estamos sugeitos.....

Obrigado

domingo, 27 de maio de 2007

Realidade Iludida

Vivemos num tempo estático. Num tempo parado de ideias. Numa apatica intelectual e pensante onde nem sequer nos preocupamos já com um Futuro a longo prazo. Num tempo onde objectar e criticar começa a ser perigoso mas mais grave, preguiçoso. Onde ter a própria consciência de si e capacidade reflexiva do que nos rodeia dá muito trabalho e se esbate no marasmo dos dias que nos sabem todos ao mesmo. Onde a novidade se prende com a morbidez das informações com que somos bombardeados todos os dias pelas noticias. Pela mediatização de desgraças alheias que tomamos como nossas, pela visualização de guerras longínquas que não nos dizem nada mas nas quais fingimos interesse, pela fome e pela miséria de países que estão tão longe que dificilmente os conseguimos identificar nos nossos mapas mentais. Mapas que mantemos com a unica e exclusiva preocupação pelo dia de amanhã, mais um vivido na realidade iludida. Pela preocupação dissimulada com um meio ambiente que fica à porta quando chegamos a casa. Vivemos num tempo sem fronteiras onde a própria barreira somos nós e o nosso medo de viver e pensar. Vivemos numa era de Mobilidades e extraterritorialidade mas atemorizamo-nos a nós próprios com medo de ir mais além. Habitamos um mundo de riscos mas mostramo-nos todos os dias incapazaes de os contornar e transformar em oportunidades que nos permitam acordar e viver a sério. Partilhamos um mundo globalizado mas vivemos cada vez mais centrados nos ecos do nosso próprio individualismo....

segunda-feira, 23 de abril de 2007

O que aquela noite nos quis dar....




Eu não estava em casa nessa noite, filho
nem podia estar. Estava nas ruas com os soldados
que rumavam às rádios e aos quartéis, engalanados
de sombra e de júbilo, a ver o que aquela noite prometia ser.
E tu, filho, tinhas a idade rumorejante
desse Abril embalado por uma canção do Zeca.
Como posso explicar-te tudo aquilo
que tu nasceste para aprender, para viver?
Eu estava aquartelado no meu silêncio
de pétalas, sílabas e marés, no meu dédalo
de vozes embriagadas pelo vento,
na coragem errante das pelejas da infância
e pouco ou nada sabia do mistério desse mês
capaz de transformar em assombro as nossas vidas.

Sim, sou eu neste retrato antigo
a receber em festa os exilados, os que chegavam
com grinaldas de cantigas e a flor de uma ilusão
bordada a sangue e espuma no capote das nocturnas caminhadas.
Sim, sou eu a escrever a primeira reportagem
do primeiro de muitos dias em que o tempo
deixou de contar, em que os relógios
se tornaram corolas de paixão e riso
na lapela larga da alegria desta pátria.

Eu não estava em casa nessa noite, filho,
estava a afinar o coração pelo tom
das mais belas melodias que alguém pode aprender
para dar a quem ama a paz de um sono sem tormento.

José Jorge Letria

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Fazes-me Companhia

Olho-te....Vejo-te ao fundo e apetece-me ir ter contigo mas os olhos pesam-me tanto!!! Apetece-me ir a correr para as tuas caricias, para as tuas mãos, para o teu colo.Roçar-me nas tuas pernas quem sabe? Apetece-me encostar a minha pequena cabeça no teu peito e ouvir o bater o teu coração, como um relógio sempre ao mesmo ritmo...tic tac tic tac. Lembra-me de quanto era pequena, dá-me segurança e conforto....Mas sou preguiçosa e está-se aqui tão bem. O sol bate forte nesta tarde de primavera e isso deixa-me mole.Era capaz de dormir horas a fio.....
Vejo-te ainda...continuas ao longe sentado, pareces concentrado a fazer não sei o quê. Continuo deitada na minha pequena alcofa que preparas-te para mim. Dormito, acordo e volto a adormecer.
Acordo! não sei quanto tempo passou. Também não me interessa! Lavo-me, faço isto tanta vez. Lambo-me lambo-me e volto a lamber-me. Levanto-me e vou comer. Volto e continuas ai no mesmo sitio e na mesma posição. Vou lentamente ao teu encontro, roço-me nas tuas pernas, uma e outra vez. Afasto-me e volto a passar por ti. Pulo para o teu colo e cheiro-te o nariz. Pões-me no chão. Sento-me a olhar para ti. Não vês que estou aqui? Quero festas! Quero mimos! Quero Brincar! volto a subir para o teu colo e mordo-te a mão....Finalmente percebes.... Levantas-te e vens a ralhar atrás de mim, falas comigo. Eu....caminho apressadamente à tua frente feliz da vida. Não fujo mas também não deixo que me apanhes!!! Cais sempre!!! vês? Já tenho a tua atenção.

Héroe de Leyenda




Ainda mal posso acreditar que uma das minhas bandas de sempre esteja de regresso. Tantas horas e discos gastos depois, à força de tanto os ouvir, vou finalmente poder ouvi-los juntos de novo. Ainda não sei se com algo original para nos mostrar mas saber que ainda mexem e que toda a minha adolescencia ao som de "Ente dos tierras" ou "maldito Duende" não foi em vão já é muito reconfortante.

Saidos dos meandros da periferia de Zaragoza no final dos anos 80, os Héroes del Silencio eram presença obrigatória em todas as rádios e clubs de rock dignos desse nome durante a década de 90. Há 10 ou 15 anos era impensável sair em qualquer lado às quintas feiras à noite (a famosa noite rock e por alguns conhecida como noite do estudante lembram-se?) sem que a voz de Bunbury (vocalista, até lhe chamaram o Jim Morrison espanhol) se cruzasse connosco no Garage (sim, já foi uma disco rock), nas festas académicas ou nos extintos Gringos, Rock city ou o velhinho Rockline.
Dez anos depois regressam com Tour Mundial para 2007, os Héroes del Silencio vão presenciar os fãs com 5 concertos em Espanha (já esgotados, em Sevilha venderam no dia 12 65000 entradas para o Estadio Olimpico em apenas 2 horas), Mexico, Guatemala, EUA e Argentina (por agora). É certo que para a Europa ainda não foram anunciadas datas mas ao que parece nem sequer visitam o país vizinho... (infos do Blitz)

quinta-feira, 12 de abril de 2007

A minha música

Um dia quando tentar reconstruir a minha memória pessoal e desenhar a minha própria história de vida, provavelmente não me vou lembrar de muitas coisas, muitos pormenores insignificantes (e outros menos) que fazem de mim quem eu sou e que me ajudaram e ajudam a reescrever o meu percurso na vida. De muitas coisas me esqueci, e muito se perdeu pela estrada fora....Mas nunca me esquecerei da minha musica, dos meus discos, das minhas canções e do papel que cada uma teve em determinada fase da minha vida. Posso não me lembrar daqui a uns anos que notas tive na Faculdade ou quem foi o Primeiro Ministro da 15ª Legislatura ou o primeiro rei de Portugal. Posso já não saber a ultima vez que fui ao Teatro ou o primeiro jogo de futebol que vi ao vivo. Posso não conseguir até lembrar-me da mais elementar das coisas.
Mas nunca esquecerei que ouvi o Karma Police dos Radiohead à noite na praia pela primeira vez e que chorei porque achei que a minha vida era à medida da letra. Nunca me vou esquecer que no dia 11 de Setembro de 1997 vi os U2 pela primeira vez e que nesse dia soube que tinha afinal uma banda favorita (no mesmo dia em que soube que entrei para a Universidade). Vou-me sempre lembrar que o Summer of 69 do Brian Adams porque me faz ter para sempre 14 anos e lembrar a que soube o meu primeiro beijo, que comprei o elegantly wasted em 1997 porque o Michael Hutchence morreu nesse ano e eu não sabia quem era... Vou guardar sempre o meu primeiro disco(ainda em Vinil), o Greatest hits 2 dos Queen, porque foi com eles que despertei para a musica. Vou-me sempre lembrar quando ouvir o Smells like teen spirit das angustias e incertezas da minha adolescencia. Nunca me vou esquecer da introdução do Where the streets have no name dos U2 porque durante anos era o que ouvia vezes sem conta enquanto me abstraia do mundo nos transportes a caminho das aulas...

Este é o legado que me deixaram....a vida que vivi e sentido que lhe conferem....
Por isto, e por muito mais vou sempre lembrar a minha musica.....

terça-feira, 3 de abril de 2007

O que escrever

O Primeiro post desde blog vai precisamente para a dificuldade de escrever um post.
Já há algum tempo que sigo com crescente interesse os blogs dos meus amigos e que estes me incentivam também a escrever um. Há pessoas que actualizam dirariamente o seu blog,conseguem todos os dias ter a imaginação de escrever um novo post e practicamente tudo é suscéptivel de ser "postado".
De qualquer das formas não é o meu caso. Há muito que queria ter um espaço só meu onde pudesse escrever e partilhar com quem quiser ler tudo o que me vai na alma. Agora já tenho esse espaço, mas o que escrever???
A disciplina da escrita, que eu já perdi há muito vai tentar agora ser recuperada aqui, não com a mesma frequência mas qualquer coisa há-de sair. Mais do que o assunto o importante é disciplinar-me, rehabituar-me a escrever, a criar algo com a minha assinatura que possa sentir como meu.....seja o que for.


Allways the hours